sexta-feira, 29 de maio de 2020

Morreu, ontem, de Covid-19

Jonas, médico e evangelista, amigo do nosso povo...

O tempo quente recomendava o uso de roupas leves. Estávamos quase no fim do Verão e preparava-se o regresso à actividade, depois dos tempos mais calmos de lazer. Nessa tarde, Jonas mostrava-se eufórico. Vestira o seu fato azul-marinho; usava camisa branca de colarinhos minúsculos, que unia com o nó fino duma gravata, estampada de losangos multicolores, que se estendia até à cintura. 

Estava sentado na primeira fila, com outros jovens, aguardando que fosse iniciado o Culto de Acção de Graças, no qual seria apresentado à comunidade, como obreiro-estagiário, depois de 1 ano de formação intensiva numa Escola Bíblica de formação pastoral. Deixara a meio o curso superior de medicina, com a promessa de que o retomaria, mais tarde, para se preparar de modo a corresponder ao chamamento que recebera para servir a Deus. 

Tinha a certeza que, terminado esse ano de formação teológica, no estrangeiro, voltaria à Universidade e concluiria a sua formação académica, podendo, depois, exercer medicina e servir a Comunidade Evangélica a que pertencia como Ministro do Evangelho. Antes de iniciar as aulas, retomando o curso no 4º ano, no início do ano lectivo, marcado para Outubro desse ano, apresentava-se, regressado ao país e depois de período curto de férias com a família, que o apoiava, estava ali para, com os seu pastor, prosseguir a formação, agora dando-lhe cariz prático. 

Para essa celebração especial, fora convidado um conhecido Ministro, recentemente retirado das responsabilidades pastorais, que, entretanto, durante a ausência de Jonas, pedira para ali se congregar. Estava no púlpito, ao lado do pastor, antes de se iniciar a Celebração. A figura do convidado era-lhe, em absoluto, estranha. Não se lembrava de tê-lo visto antes. 

Aquele dia fora muito esperado e na sua cabeça bailavam as palavras que diria à Comunidade. Repeti-as, mentalmente, enquanto os preparativos se desenrolavam à sua frente. Em minutos, a vereda por onde queria andar abrir-se-ia, com o reconhecimento geral da motivação que o animava. Sabia que, em paralelo, continuaria a ser o aluno aplicado do curso de medicina, cuja interrupção os professores lamentaram... Lembraria isso aos irmãos, cujo conhecimento lhes adviera pela palavra avisada do pastor. Conciliaria, com esforço e muita dedicação, a acção académica com a eclesial. O futuro estava todo à sua frente, como se estivesse escrito em tábuas de pedra pelo dedo de Deus. 

Aos 22 anos, convivia com outros jovens da Comunidade, na qual estava o seu núcleo duro de amizades. Fizera outras durante o tempo de estudante e mantinha-as com um grupo especial de mulheres e homens que transitaram com ele para a Universidade, para o curso de medicina e outros. Todos sabiam que Jonas se «afastava do mal», recusando o que lhe parecia desadequado à sua formação moral cristã e incompatível com o testemunho que prestara quando, publicamente, declarou ser discípulo de Cristo. A sua família estava presente, e também pensava nela. Não desiludiria os pais que se esforçaram para lhe garantir os meios para cursar medicina e, durante o último ano, a estadia fora do país, incluindo os recursos para pagar o Curso de Teologia. 

De repente, foi interrompido nos seus pensamentos pela voz suava do pastor da Igreja que, de pé, junto ao púlpito, colocado mesmo na sua frente, falando para o microfone, saudou e agradeceu a presença de todos, resumiu o programa daquela celebração e apresentou o convidado, que dirigiria a prédica especial desse dia, identificando-o e resumindo o seu currículo. Jonas quase pulou no banco onde estava. Julgou ter sido reflexo provocado pela emoção do começo de todas as coisas... Mas não... Gerou-se na sua alma uma tempestade que não conseguia acalmar. E reproduzia interiormente o que acabara de ouvir acerca do percurso do orador daquela Celebração por que tanto esperava... 

Então é este o pastor tão empreendedor, a quem o meu avô não sabia dizer não? - perguntou-se, em silêncio. E já não ouviu os cânticos... Lembrava-se que o avô raramente estava disponível para aceitar o pedido dos pais para estarem com eles, com os netos, de vez em quando, ao sábado... Ao telefone ouvia o pai dizer: «Sempre a mesma história! Não há sábado que não vá para a Quinta, que não tenha trabalho lá... Se não é na Quinta, é aqui, é acolá, que há sempre portas, janelas, tectos, cadeiras para consertar... Pois, está bem, a Obra de Deus reclama a sua dedicação, o pastor tem sempre muitas ideias... Ok. Fica para quando puder... Depois, queixe-se por não conhecer os seus netos...» 

O pai dissera-lhe que o avô estava muito dedicado às tarefas de adaptação duma Quinta, para servir de Lar de Idosos. A Igreja tinha na sua membrasia muitas pessoas velhinhas, pobres, sem família... Correra um apelo para granjear donativos e muitas pessoas acederam, generosamente... A avó até costumava mostrar um Título de Participação, correspondente ao montante que ofereceram... O pai estranhara, porque não nadavam em dinheiro... Afinal, também estava a envelhecer, viviam sozinhos, podiam precisar um dia de um lugar para viver a velhice... Depois, o pastor era um homem muito empreendedor... Expandira a acção dos limites da capital até à orla marítima... Tantas Casas de Oração... Toda a ajuda era necessária... Em dinheiro, em trabalho... Sem dedicação ninguém agrada a Deus e o pastor sabe muito bem ver quem é dedicado... É também, depois do trabalho, à semana, responsável por dirigir as reuniões das congregações, pregar, dar ensino bíblico... Para o pastor, são todos poucos para fazer tanto... Ah! E a Quinta?... Um sonho! O Senhor não vem buscar-nos sem vermos aquilo a funcionar... Os velhinhos pobres precisam... E aqueles que têm aforrado algum dinheiro estão a entregá-lo para aquela obra... É do Senhor... 

Isso ouviu Jonas, já crescidinho, anos a fio, quando os pais o levavam e aos irmãos à casa dos avós, em regra próximo da Páscoa, do Natal... Lembrava-se que o avô trabalhava numa fábrica e tinha muitas competências em trabalhos com madeira... Era carpinteiro, marceneiro... Tudo o que conseguia entender das conversas dos adultos. Trabalhava sem parar. A avô cuidava das lides domésticas e queixava-se que só ia aonde o avô ia por causa das suas múltiplas tarefas, depois do horário de trabalho, à semana, e das tarefas reservadas para o sábado e domingo... Às vezes, desabafava que deviam ter mais tempo para conviver com os netos... Jonas, praticamente, só conhecia o avô pelo que ouvia dizer dele... Entristecia-se, amiúde, quando os meninos da sua idade, na escola, nos convívios, na escola bíblica infantil, contavam as suas histórias com os avós... Do seu avô só podia dizer que trabalhava muito na Quinta, às ordens do seu pastor, que era muito empreendedor... 

Veio-lhe à memória o dia em que os pais souberam que o avô, repentinamente, morrera... Lembrou-se que ouvira dizer que, nesse mês, se reformaria e já teria mais tempo... Os trabalhos na Quinta continuavam, mas ia reservar mais tempo para passear com a avó e até para conviver com os netos... Morrera com a Quinta no coração, com o cuidado pelos velhinhos na alma, dizia, repetidamente, o pai quando lhe perguntava pelo falecido... No coração de Jonas, mais crescido e ouvindo a sua avó, viúva, e o seu pai, amiudadamente, ficou inscrita a convicção de que o dinheiro que doaram, o tempo que dedicaram, o esforço físico que empregaram, as privações a que se submeteram tinham uma contrapartida que muito empolgava os avós: Uma Quinta, um Lar de Idosos... Isso compensava-o nas conversas com os amigos. 

Voltou a si, e tentou compenetrar-se no que estava a acontecer... Na apresentação inicial, o pastor da Igreja dissera que o convidado fizera um percurso muito relevante, como missionário em África, e, depois, na implantação de novas igrejas na grande região em que, agora, estava a sede daquela igreja e onde se integrara, trazendo consigo parte da comunidade por que era responsável... Não tudo tinha sido perfeito, o crescimento da obra fora exponencial, depois a vontade de andar mais depressa não era conciliável com a comunhão a que pertencia, autonomizou-se, desvinculou-se... Mas esta, agora, de regresso... Foi pena – isso não estaria previsto, mas saiu... - não ter também preservado a Quinta... Afinal, estão entre nós e fazem parte activa da nossa membrasia os netos e netas daqueles nossos irmãos que tanto contribuíram para a aquisição, para o estabelecimento do Lar de Idosos... Agora fazia-nos falta. Estamos aqui numa malha urbana sem árvores e ar puro... Faríamos ali os nossos retiros.... Bem, águas passadas... Agora o nosso irmão está connosco, em paz, e ele não teve culpa do sucedido... Afinal, às vezes os filhos levam-nos a situações... O nosso irmão teve os seus problemas com os filhos... Coitados, grandezas, títulos, erros que se pagam na prisão... Bom, isso agora não interessa, a Quinta não é nossa, as dívidas contraídas foram pagas com o produto da venda... Digo isto para que ninguém mais fale sobre o assunto... O nosso irmão está arrependido e, vamos la!, ele foi um grande missionário em África, até construí lá um Templo que muitos de nós ajudamos a pagar... Depois de mais um período de louvor a Deus, ouviremos o pastor … pregar sobre o dever de o Obreiro ser um bom mordomo da sua casa e da Casa de Deus... 

Jonas sufocou, nem conseguia respirar... Olhou pelo corredor que dividia a Casa de Oração a meio e viu, lá trás, o rosto fechado do pai... Pareceu-lhe que, como ele, aquele nome e resumo do percurso do orador lhe tocavam no íntimo, como seta no meio do alvo... Se quanto a si, ainda jovem, tão empenhado em ser médico e servidor qualificado de Cristo, o nome não estava associado a nenhum rosto – nunca vira aquele pastor que fora missionário bem sucedido em África – quanto ao seu pai o nome e o rosto não eram surpresa... A história contada ali, em resumo, era parte do que se fora apercebendo durante a vida do seu pai e, depois, da que deixara viúva... E a Quinta, o Lar de Idosos deitados a perder por causa da vida particular de quem tudo pedida e tudo obtivera de quem tinha pouco de seu, além de muita vontade e força de trabalho... O seu pai já não estava presente para testemunhar o desastre... Jonas, porém, de repente, sentiu as dores do avô, da avó, de todos os que tinham pouco e deram tudo para a Quinta, para o Lar de Idosos e não foi capaz esconder a tristeza que o inundou... Tinha só 22 anos, ia ser médico e pregador... Ouviu sons de vozes na plateia quando o pastor se referiu aos netos presentes dos que pagaram, com dinheiro e trabalho, aquela Quinta, aquela Lar de Idosos... 

O orador agradeceu a honra. Orgulhou-se das suas pesquisas sobre o tema, que, aliás, publicara em vários opúsculos durante a sua carreira ministerial, alguns em África aonde ainda serviam de manual para preparar obreiros nativos (ia a dizer pretos, mas emendou...), fez questão de dizer que foi muito bem integrado na igreja e que queria ainda ser uma referência para os mais novos, em particulares para aqueles que estavam presentes e prontos para servir na Obra de Deus... 

Experiente, olhando a multidão por cima, como que explorando o horizonte longínquo, constatou que não captara a atenção do auditório... Viu os mais jovens de olhos no chão, os de meia idade indiferentes, a olhar uns para os outros, e os idosos parecendo querer saber o que se passara com a Quinta, o Lar de Idosos... Ele leu isso no rosto dos que estavam bem ali na sua frente, para ouvir melhor... Aos 80 anos, ainda vigoroso, alavancou a oratória e, um a um, elencou os deveres dos responsáveis das comunidades onde se ensinava a sã doutrina, onde se estimulavam militâncias, onde se formavam os que deviam pôr mão no arado e ir adiante, nas pisadas dos homens experientes, sabedores, que fundaram igrejas, recolheram recursos para cuidar dos mais fracos, dos mais idosos, das viúvas e dos órfão, como manda a verdadeira e autêntica religião. 

O auditório estava inerte, ouvindo-se aqui e ali um suspiro, um bocejo, um murmúrio... Jonas estava atento e foi balizando o discurso nas linhas vermelhas das suas convicções. Aliás, tinha bem presente a matéria dos deveres dos que aspiram aos bispado... A Escola dera-lhe essa ferramenta de análise e controlo. Não vislumbrou no discurso nada que, à letra, lhe parecesse erróneo, desajustado... O orador parafraseara, até aí, o texto bíblico que lera... Sentia-se que o pregador perdia confiança e não encontrava a vereda que o levasse às conclusões em apoteose, ou seja, cativando o auditório... De repente, voltou ao tópico que abordara de passagem: «Deve ser um bom chefe de família e saber educar os filhos no respeito, com toda a dignidade» sem deixar de lado a pergunta que antes omitira: «Pois, se alguém não é capaz de ser um bom chefe da sua própria família, como pode tomar responsabilidade na igreja de Deus?» 

O povo acordou! Os jovens levantaram a cabeça, os seus pais centraram o olhar no pregador e os velhos... Os velhos já estavam cansados e tinham o autocarro à espera... Jonas despertou das suas cogitações, pois considerava que o pastor que lhe «tirou» os avós, o avô mais propriamente, devia ser um modelo a considerar: empreendedor, missionário em África, mobilizador de recursos, obra feita, uma Quinta, um Lar de Idosos, muitas Casas de Oração, mais participantes nas celebrações... Mas ficara-lhe retida, como espinha na garganta, a referência do pastor à Quinta, ou à falta da Quinta... Foi por ela – e pelo empreendedorismo do pastor... - que dera a sua vida, da sua família, e quase «não tivera» netos... Parecia-lhe que ao discurso faltava essa «nota explicativa»... E foi exactamente por essa vereda que o orador procurou saída airosa... 

-Sabem, meus irmãos e queridos familiares dos que se preparam para o múnus espiritual, estes jovens aqui, diante de mim, tão bem preparados, o futuro da igreja, o garante da continuidade... - Por acaso, olhou para Jonas, que usava o apelido do avô, como se o conhecesse... Olhou familiarmente, quase quebrando o embaraço que tolhia a alma do jovem estagiário... E depois, inopinadamente, disse: - Que sorte tem o pastor da igreja... Não tem filhos, não passou pela prova de que fala o apóstolo no texto lido, mas tem aqui estes jovens tão talentosos... 

Voltou a fixar os olhos no mancebo à sua frente. - Sabem... quer dizer, é necessário que esclareça que os nossos filhos estão sempre em primeiro lugar... não os podemos abandonar na desgraça, nos momentos maus... É verdade que, há 40 anos, os vossos avós, alguns estão aqui, à minha frente, oh glória, com saúde, sorridentes... olha o irmão M, que não via desde que... É verdade, deu-nos tanto do seu tempo, pedreiro exímio, na Quinta, no Lar, na nossa casa, e até nos ajudou na compra dos materiais... Bom amigo, bom irmão, nunca faltou à chamada... Estamos juntos, irmão M... Sim, outros já morreram, também eles deram tudo o que lhes pedi... Afinal, não era para mim, para a minha família, era a Obra de Deus... Que coisa linda ficou aquela Quinta... 

Bem, sabem, a vida tem destas coisas, os filhos cresceram, fizeram-se pastores, quiseram ser empreendedores, construir Casa de Oração, comprar autocarros, sei lá, fazer grandes eventos musicais, como era próprio do seu tempo, dos ídolos em que os inspiravam da América, da Austrália... Isso. Esses pregadores famosos em que estão a pensar... Prosperidade... Dei-lhe as garantias da igreja, a igreja sempre apoiou as suas iniciativas... As dívidas foram-se acumulando – e já com uma lágrima a querer mostrar-se – pronto, foram-se os anéis... Tivemos que vender a Quinta... Bem, mas ela continua a servir a mesma causa, nas mãos de outra gente, mas não importa... Eu não podia dizer isto aos irmãos da igreja a que pertenciam os vossos falecidos avós – aos que já não estavam connosco muito menos, mas estão aqui alguns, que compreenderão... - , pois nunca quis divisões, mal-entendidos, que tinha que vender para pagar as dívidas contraídas... e nem assim nos livramos de ver um dos nossos filhos, pastor, preso por comportamentos que eu, irmãos, sempre, sempre critiquei... Por isso é que, quando os irmãos me aceitaram, vim só eu, a minha mulher e a minha pensão de reforma... que é pouca... não me aproveitei... foram os meus filhos... 

Alguns dos mais velhos choravam, em particular aqueles que não ouviam ou não entendiam bem estas coisas de património, de donativos, de bens adquiridos para um fim determinado... e desculpavam tudo aos filhos quando viam uma lágrima no canto do olho dum pai... Outros, cerravam os punhos e para si perguntavam: «Tirei aos meus filhos, para que não faltasse abrigo aos velhos desamparados... Então isso foi parar aos bolsos dos cobradores das dívidas dos filhos dele?» 

Os de meia idade temeram que, no fim, ainda se pedisse ajuda para o velho pastor empreendedor e missionário que não tinha culpa nenhuma do sucedido e vivia com uma pensão tão pequena... 

Nos mais jovens, além do Jonas, mais dois ou três, cujos avós já não estavam vivos, tinha uma vaga ideia de se falar na Quinta que ajudaram a comprar e nos idosos que ainda lá repousaram... Jonas tinha uma história e sentia-se defraudado. O avô, afinal, sacrificara anos e anos de trabalho e dera contributo financeiro relevante, embora vivesse do seu magro salário, para levantar o que julgava ser pertença de todos, no interesse de todos... Até tinha um Título de Participação alusivo... 

A prédica, mais demorada por causa desta explicação, terminou com o orador a insistir no dever de educar bem os filhos e administrar bem as coisas que são de Deus... Jonas e os demais foram chamados à tribuna e empossados. Disseram-se mais umas quantas palavras das que tinham preparado. As de Jonas levaram um apêndice: «Não esperava ter sabido, hoje, que o meu avô – e disse o seu nome... - se esforçou em vão...». 

Abraçou o pai, beijou a mãe e a irmã que o esperavam à saída da Casa de Oração... 

O estágio iniciou-se na segunda-feira seguinte, tendo Jonas solicitado - após a confirmação, em diálogo com o seu formador, o pastor da igreja, que o pastor missionário palestrante do dia anterior, se tinha, de facto, desligado há dezenas de anos da comunhão geral, a que todos pertencia, e agora, regressado, queria acabar os seus dias em paz... - a suspensão do vínculo que estabelecera para se dedicar, a tempo inteiro, ao Curso de Medicina... 

Morreu ontem, num lugar recôndito de África, de pneumonia. Tinha 53 anos. Diz-se que contraíra a Covid-19 em Itália, onde estivera a participar num simpósio sobre «As novas abordagens à doença do Sono». Não se fizeram testes nem autópsia. Foi sepultado pelos que sempre cuidou, que erigiram uma lápide com estes dizeres: «Jonas, médico e evangelista, amigo do nosso povo». 

Nota: Trata-se de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

2 comentários:

  1. Estou a ver o(um outro) filme... com outras personagens... com contornos semelhantes... E a 'tragédia toda' é que os conheço a 'todolos' (em Português arcaico tem mais 'sabor'...)
    Todo o meu respeito à memória desse "Médico, Evangelista, Amigo desse povo", que deu pelo nome terreno de 'Jonas' - Dr. Jonas - que tão 'infaustamente'(1) nos deixou.
    --
    (1) Humanamente falando, claro. Porque a frase de Apoc. 14:13 é plenamente válida e faz todo o sentido - também aqui.

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    1. Fiz o funeral ao Dr. Jonas para exorcizar uma «memória» ruim ihihih Brincadeira. O Jonas, de facto, não existe senão no conto. No nosso caminho fomos deixando para traz muitos comportamentos censuráveis... Os seus autores estão em paz com Deus, perdoador, e isso é o mais importante. Que não tenham dado uma satisfação a quem deviam é de somenos. Antes da história sacudir o pó e pôr a nu o sucedido, ainda espero ler os guiões dos filmes que viu (desafio!)... precisamos é de sossego! Abraço fraterno, sempre amigo.

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