segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A MEMÓRIA, O PATRIMÓNIO E O SENTIDO DOS LIVROS

   ESBOÇO

O TEMPO CERTO
Caríssimos irmãos e amigos, como sabemos, «tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu» - palavras que se atribuem a Salomão, o Rei sábio: Eclesiastes 3:1.
Confesso que o momento, para estar aqui convosco, com o propósito que conhecem, já teria ocorrido há mais tempo, há cerca de 4 anos. Só que, como também diz o sábio, «Deus fez tudo muito bem e na altura própria» ou noutro modo de dizer «tudo fez formoso em seu tempo». Eclesiastes 3:11
SAUDAÇÕES
Antes de tudo o mais, quero manifestar o meu contentamento por fruir deste privilégio, agradecendo-o penhoradamente ao irmão pr. Manuel Matos, aos demais responsáveis da igreja e aos irmãos em geral.
Como estamos, de novo, na chamada época natalícia, aproveito para desejar, do coração, que ela corresponda a momentos de refrigério espiritual para todos, individual, familiar e comunitariamente, recordando a dádiva de Deus à Humanidade, que é o Messias, Cristo, o Senhor, cada um declarando, como a multidão dos exércitos celestiais: «Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem». Lucas 2: 14
CELEBRAÇÕES
Não posso esquecer de relevar o Vosso empenho na Obra de Deus, tendo em conta dois elementos objectivos:
O facto de não terdes desistido de ser testemunhas de Jesus Cristo nesta cidade e arredores nos últimos 75 anos;
E poderdes, agora, reunir-vos neste Templo que, não sendo condição suficiente, vai permitir projectar, ainda melhor, a Vossa acção na Cidade, em prol de todos que Jesus Cristo quer salvar.
RAZÃO DE SER DA MINHA PARTICIPAÇÃO
Como é, por certo, do conhecimento geral, o projecto da minha vinda ao Vosso meio construiu-se em torno do meu labor literário, que é uma parte muito significativa do que tenho feito nos últimos 12 anos, em particular depois de ter escrito e publicado o meu terceiro livro, sob o título Recantos do Mundo. O pentecostalismo em Angola – subsídios para a história das Assembleias de Deus.

É também resultado desse trabalho os dois últimos livros que escrevi e a Letras d’Ouro, editores publicou:

Primeiro, em Outubro de 2012, Manuel da Silva Moutinho. Um padrão da igreja bíblica, que tive a honra de apresentar na Biblioteca Municipal de Aveiro, com o apoio da Família Moutinho, e a participação do irmão poeta João Tomás Parreira e do pastor Manuel Jacinto Joana; na Biblioteca Municipal de Rio Maior, com a preciosa iniciativa do pr. Manuel Matos e da direcção da Igreja desta região, e no auditório da Junta de Freguesia da Senhora da Hora, Matosinhos, com o apoio da Igreja do Porto e em particular do seu pastor, Alexandre Samuel Lopes, bem como em várias Igrejas do País onde se me abriram as portas.
Hoje existe ainda um residual técnico dessa obra, ou seja, umas duas ou três dezenas de exemplares, porque, em geral, os leitores se interessaram por este meu trabalho.

Segundo, em Dezembro de 2015, José Pessoa. Missionário por vocação, que apresentei, publicamente, na Casa de Oração de Neves Ferreira e noutras Casas de Oração cujas portas também se me abriram para esse efeito.
Desta obra existem ainda bastantes exemplares porque não tivemos tantas oportunidades de a apresentar publicamente, em particular em Coimbra, onde José Pessoa deixou imorredouras referências como pastor.

Como é bom de ver – e para os estimados irmãos em Caldas da Rainha isso é evidente – essas duas obras têm por referência o ministério pastoral de dois distintíssimos ministros do Evangelho, dotados de reconhecido carisma em áreas particulares da acção da igreja, qual sejam o ensino, a evangelização e o trabalho missionário.
O primeiro foi o Vosso pastor, durante dez anos, antes de se retirar para o merecido tempo de menores canseiras, aliviado da carga do Ministério pastoral directo.
O segundo, José Pessoa, era ele próprio muito conhecido em Portugal inteiro, e entre vós em particular, onde terá assistido à sua última cerimónia pública e oficial antes de o Senhor o chamar para si, em Dezembro de 1992, fez precisamente no dia 1 do corrente mês 24 anos – refiro-me à consagração do Templo na localidade de Malaqueijo, em 23 de Agosto de 1992, para a qual os irmãos daqui especialmente o convidaram.
O MAIS IMPORTANTE É QUE TODOS LEIAM E SE VALORIZEM
Apesar de ser esse a causa próxima da minha visita, não me vou deixar cair na tentação de vos maçar com a apresentação dos livros que escrevi.
Porque um livro só tem valor se suscitar o interesse do leitor;
Mas nós queremos que os irmãos e amigos leiam, fruam, beneficiem de livros do género e outros que possam acrescentar algo à estatura cristã de cada um, que motivem e sustentem o modo correcto de relacionamento com Deus como resulta das palavras do apóstolo Paulo, em Romanos 12:1-2:
«Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional; e não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.»

Na verdade, é precisamente disso que se trata: a leitura como contributo necessário para desenvolver uma nova mentalidade, que não se conforme com as normas deste mundo.
O objectivo central com que estou aqui é esse precisamente, sem necessidade de sugestionar quem quer que seja a fazer investimento no que não quer ou não lhe faz falta!
Eu quero porém que não se perca a memória dos que foram referência para nós, dos que estiveram na linha da frente sinalizando-nos o plano de Deus, dos que se entregaram pelo nosso bem-estar espiritual, que cuidaram dos que mais precisavam, dos que deram mais do que receberam, dos que foram fieis e são exemplo.
Mais adiante, antes de concluir, veremos isso. Até porque temos a aprovação de ambos: perguntados em vida sobre o valor da leitura, quer Manuel da Silva Moutinho, quer José Pessoa disseram que ela, a leitura, era necessária, estruturante, insubstituível: da Bíblia, sem dúvida, mas também de obras de inspiração e se possível escritas por compatriotas.
OS NOSSOS SANTOS
Precisamos da proximidade desses servos de Deus, apesar de ausentes no corpo; isso só é possível, com fiabilidade, através do registo do seu testemunho.
E isto é estruturalmente bíblico e integra a doutrina mais antiga dos pentecostais portugueses.
Um exemplo: A propósito da morte do príncipe Óscar Bernadotte, filho de Óscar II, Rei da Suécia, que ocorreu em 4 de Outubro de 1953, a revista Novas de Alegria referiu-se a ele nestes termos: «Como um grande cristão, um homem de missão, um amigo dos pobres e desprotegidos a sua memória será perpétua. A sua humildade e o seu zelo pela salvação das almas vão inspirar gerações futuras, pois em tudo foi um bom exemplo, um príncipe. Pregou em grandes templos e em pequenas casas de oração, e não era raro vê-lo num culto pentecostal, onde costumava falar. (…) O protestantismo tem de facto os seus santos, tanto vivos como os que estão com o Senhor. Não os adoramos nem os canonizamos, mas são dignos que os imitemos.» Isto foi publicado na referida revista em Novembro de 1953.
Para ser inspirador, o testemunho não tem que ser dado apenas pelos homens de estatuto social elevado. Isso é de somemos. O que importa é a essência desse testemunho.
Não sendo filhos de monarca terreno, Manuel da Silva Moutinho e José Pessoa, entre outros, estão no rol dos nossos santos, no rol daqueles que o Senhor já levou para junto de si.
Entre nós há muitos outros santos que são exemplo e dignos que os imitemos. Pode ser mais difícil ter esta atitude quando nos referimos ao nosso irmão que se senta ao nosso lado na Casa do Senhor, mora no nosso bairro e trabalha na mesma empresa, porque lhes destacamos os defeitos. Todos os temos. Vamos valorizar o testemunho que representa o patamar de fé que já alcançou esse irmão e que nos deve inspirar para também lá chegarmos…
A MEMÓRIA QUE DEVEMOS TER
As Escrituras ensinam:
«Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.» (Hebreus 13:7);
«Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu. E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.» (Hebreus 10:22-25)
«Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.» (Hebreus 10:32) e,
«Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Porque por ela os antigos alcançaram testemunho. Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.» (Hebreus 11:1-3).
A seguir, neste capítulo de Hebreus, vem a nomeação daqueles que deixaram exemplo inspirador, a chamada galeria dos heróis da fé.

Como bem sabem os leitores das Escrituras, que são certamente todos quantos aqui estamos, o Livro ou Epístola aos Hebreus, donde destaquei os textos anteriores, é a resposta de Deus, através de um autor anónimo, mas inspirado, para uma grave crise de fé e de segurança espiritual que afectava uma comunidade constituída essencialmente por judeus, praticantes da sua religião, que haviam abraçado a fé em Jesus Cristo.
Aceitaram a mensagem do Evangelho com todo o coração e viveram-na intensamente, durante muito tempo. Foram iluminados pela Luz de Cristo e tinham testemunho de vivência em novidade de vida, acumulando um património imenso de experiências no caminho da fé ao ponto do autor da Carta lhes dizer para se lembrarem «dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições», e acrescentando:
«Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados. Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente.» (Hebreus 10:33,34)
Apesar desse testemunho, esses irmãos estavam em vias de voltar atrás, recuperar a sua religião e viver tranquilamente (recordo que no Império Romano, por essa altura do I Século, a religião judaica era tolerada, até benquista, mas os Cristãos sofriam as maiores perseguições e eram espoliado e até mortos por se apresentarem como discípulos de Jesus Cristo).
Esses irmãos, depois de receberem a Luz de Deus, tiveram que enfrentar grandes sofrimentos e mantiveram-se firmes. Mas a tormenta tornou-se insuportável para aquela comunidade cristã do I Século…
Tinham perdido a coragem, a paciência, a esperança no cumprimento das promessas de Deus. Estavam em crise porque não entendiam a razão de ser de tanta aflição, vendo que os que se mantinham no judaísmo eram tolerados… Era para o judaísmo que queriam voltar!
Pareciam-se com aqueles que foram semeados em terreno pedregoso, que ouviram a palavra, a receberam imediatamente, com alegria, que durou pouco, por terem pouca raiz. Diante da angústia e da perseguição por causa da Boa Nova, não aguentaram… (Mateus 13, Parábola do Semeador).
Precisavam de ajuda o foi para isso que a Carta que lhes foi dirigida. A grande preocupação do autor foi, antes das palavras de exortação e incentivo para manterem a sua confiança, recordar-lhes que
Deus tinha falado de muitas maneiras aos judeus, mas eles conheceram o que fora revelado pelo Filho, Jesus Cristo, que tendo todo o poder e sendo a expressão da glória de Deus, se sacrificara para purificação dos seus pecados e se assentara «à destra de Deus nas alturas».
Nessa condição, Jesus Cristo é superior aos anjos, a Moisés, tornou-se o Sumo Sacerdote Eterno e o mediador duma nova aliança, assente no sacrifício expiatório definitivo, eficaz e universal.
Mas, para eles, voltar atrás era dizer que
Os poderes celestiais se equivaliam (não eram os anjos seres celestiais?)
Que Deus tinha falado pelos profetas (não eram eles voz de Deus?)
Que tinham um líder (Moisés não fora constituído por Deus como libertador, legislador e condutor do povo?)
Que existia uma aliança de Deus com o povo (não era Abraão o detentor da promessa?)
Que fora instituída a figura do Sumo Sacerdote que se chegava a Deus pelo povo por meio do sacrifício de animais (não eram sacrifícios suficientes?)
Na verdade, irmãos, quem está enfraquecido, débil, «a coxear entre dois pensamentos», indeciso, com medo, desiludido, para justificar a situação diz que é tudo a mesma coisa e ao menos ali, naquele sítio, naquela religião, naquela igreja não é preciso suportar grande combate de aflições…
A CRISE MAIOR PARA A QUAL NECESSITAMOS DE AJUDA.
Não há maior crise do que aquela que nos faz perder a coragem para prosseguir no caminho que Deus iluminou, através de Jesus, para que nele andássemos.
Aqueles irmãos estavam nessa condição por causa da perseguição, mas também porque descuraram o ensinamento recebido, só assim se justificando as palavras do escritor:
 «Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas.» (Hebreus 2:1)
O SENTIDO DOS LIVROS
Chegados aqui, entendemos melhor, creio eu, o sentido dos livros que escrevi e cuja leitura sugiro.
Não que imagine que haja entre nós crise espiritual idêntica à daqueles irmãos.
Não que imagine que estamos na iminência de desistir de viver na luz e optar pelo regresso aos braços das antigas divindades, das velhas regras da religião, da submissão a um líder terreno, ou à prática dos sacrifícios, sejam eles quais forem, para agradar a Deus, ou de volta a outras mediações para chegar ao Senhor, que deu a vida por nós. Que sejamos sementes que germinaram em terreno pedregoso.
Não imagino nada disso. Mas sei, por experiência própria e porque o Espírito Santo o revela, que também hoje é pertinente a exortação que foi deixada aqueles irmãos hebreus em luta:
«Portanto, devemos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas».
EM RESUMO
Resumindo, queridos irmãos, é importante que todos leiam e se valorizem.
A renovação da nossa mente, para não nos conformarmos com o mundo, é uma exigência permanente no nosso processo de transformação para provar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
 Esse processo envolve interajuda dos santos, que estão ao nosso lado, com defeitos como nós, mas que estão em patamares de fé e vivência cristã aonde nós ainda não chegamos.
Envolve ainda a força que vem do exemplo dos nossos santos, que conhecemos, que comeram connosco à mesa mas que o Senhor já chamou para si. Aqueles que deitaram mão do arado e não olharam para trás.
Seguramente, envolve o testemunho daqueles que as Escrituras nomeiam como heróis da fé e com os quais nos inspiramos ao longo dos dias, meses, anos: Abraão, Moisés….
Envolve também o que nos ensinaram os nossos pastores, cujo exemplo devemos seguir e cuja fé devemos imitar.

Depois de justificar que nada era maior que o Filho de Deus, sacrificado por nós, assentado nos Céus, Sumo sacerdote para sempre, intercessor diante do Pai, o autor da Carta aos Hebreus lembrou aos irmãos, que estavam a olhar para trás, que não deviam ser negligentes quanto ao ensino que receberam, nem deviam abandonar a comunhão dos santos nem deixar de se inspirar no exemplo dos homens e mulheres que tiraram forças da fraqueza, se mostraram fortes na luta e destruíram exércitos inimigos,
Também me permito eu, singelamente, sugerir-lhes que valorizem o testemunho dos que foram nossos pastores, e fizeram, até que o Senhor os chamou, o percurso da fé connosco. São os nossos santos, estão na nossa memória, integram o património espiritual que queremos preservar pois nos será precioso, como referência próxima, quando nos perguntarem a razão da nossa fé e da Causa que defendemos – a Causa da implantação do Reino de Deus sob a direcção do Espírito Santo.
Esses dois homens de Deus, Manuel Moutinho e José Pessoa, devem ser também lembrados como referências do Movimento Pentecostal que protagonizou o maior avivamento espiritual do último século, em todos o mundo, mas em particular entre nós, portugueses.

Uma última palavra: O pastor Manuel da Silva Moutinho, quando deixou o pastorado desta Igreja e se aposentou, escreveu, com a nossa colaboração editorial, um livro que se propunha divulgar por todo o país, ensinando nas Igrejas.
O Senhor chamou-o, entretanto. A divulgação foi insuficiente e houve até quem entendesse, depois do acesso dele à glória, que o livro, por causa do título escolhido, não devia ser recomendado ao povo!
Pois bem, como os irmãos aqui não receiam ler o que o pastor Manuel da Silva Moutinho ensinou durante a sua vida inteira – antes terão gosto em fazê-lo…- a Letras d’Ouro oferece hoje esse livro, cujo título é Ensino, Organização e Governo da Igreja, que incluiu Breves notas sobre organização, estatuto do ministro do culto e igreja radicada, da minha autoria.
Porém, só pode oferecê-lo aos leitores que desejarem ter os meus livros já referidos Manuel da Silva Moutinho, Um padrão da Igreja bíblica e José Pessoa. Missionário por vocação.

Bem-hajam e que também vós, visto que tendes a rodear-vos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-vos de todo peso e do pecado que tenazmente vos assedia, corram, com perseverança, a carreira que vos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. (Hebreus 12: 1-2)
Assim seja!
Calda da Rainha, Assembleia de Deus, 11 de Dezembro de 2016

José Manuel Martins

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