quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A propósito das relações afectivas com animais…

A propósito das relações afectivas com animais…

 (Diálogo a propósito do seguinte texto que publiquei na rede social facebook: « Por acaso concordo com o Sumo Pontífice da Igreja Católica Romana: «Não se pode entender a compaixão com os animais, enquanto se fica indiferente perante o sofrimento do próximo (...) Quantas vezes vemos gente que cuida de gatos e de cães e depois deixa sem ajuda o vizinho ou vizinha que passa fome?»
E não compreendo aqueles que afirmam que, para si, o melhor da vida é «a amizade dos animais». Do género, na frente dos amigos e familiares, dizer: «O meu melhor amigo é o meu cão...» Há por aí, a todos os níveis, muita zoofilia sentimental... Um pouco mais de humanidade com o próximo ajudaria a ser mais amigo dos...animais!»)

Eu: - No que me toca, se se refere a mim: aceito com humildade o epíteto de ignorante! É o que sou.
Mas posso ter opinião?

Ela: - Por ser um homem inteligente e culto, aumenta a sua responsabilidade, na forma como expressa a sua opinião.

Eu: - (…) De resto, o que penso não vai contra ninguém que defende os direitos dos animais! Não há ninguém mais zeloso na protecção de direitos! O que me choca é a incapacidade de amar o outro ser humano e a vivência na dependência afectiva dum animal... É só isso! O resto é fundamentalismo de quem não vê a desgraça que vai por aí... Em que critica a opinião que exprimi? É melhor voltar a ler o que escrevi...

Ela: - O que é que devo pensar do comentário da Sra. (…)?

Eu : - (… ) já não nos conhecemos, é isso...  Não sei! Nem sei quem é a Sra. (…): Cada um exprime-se livremente e é senhor das suas ideias.

Ela: - Engana-se! Por eu o conhecer é que não entendo o seu discurso…  Mas o que ela diz, não são ideias...

Eu - De qualquer modo, quem está em causa não são as pessoas que gostam de animais, são as que não gostam das pessoas. É isso, em síntese, o que o meu post diz! Mais nada. O resto só pode ser ilação de fundamentalistas...  Não sei se acontece o que ela diz. É com ela. Mas que há pessoas doentes - psicologicamente doentes - isso há... vivendo fora do mundo, prisioneiras desse sentimento de «dar tudo» a um animal para existirem...

Ela: - Eu poderia falar-lhe da minha experiência no terreno, da forma como encontramos animais violentados por seres humanos, no modo como ajudamos pessoas, de baixos recursos e que dividem o que têm com animais, mas, era uma longa conversa.

Eu: - Mas, minha querida (…), ninguém falou de si nem de quem age assim! Dar-lhe-ia notícia, nessa conversa, para o caso de não saber (somos sempre ignorantes acerca de alguma coisa...) das dezenas, centenas de pessoas, milhares de pessoas que alimentam bem os animais, dão-lhe o melhor do mundo, e vivem «a leste» dos interesses das pessoas necessitadas... Mas isso não alteraria em nada o que eu disse.

Ela: - Claro que não é verdade o que ela diz! E quanto ao Papa (com quem simpatizo) quando me dizem que em Fátima, na altura das festas, a igreja é barbara com os animais, está tudo dito. Conheço muitas pessoas ligadas aos animais, com grande respeito pelos humanos…

Eu: - Pois... Mas ainda não me disse as razões por que considera que o meu discurso é de gente ignorante: se eu não disse nada do que afirma, se não abdiquei de defender os interesses dos animais, se coloquei, em todas as circunstâncias, à frente os direitos das pessoas, se conheço pessoas doentes por não se saberem relacionar com outras pessoas e se refugiarem nessa relação sentimental exclusiva com animais, que disse eu, meu Deus, que ofenda uma pessoa inteligente que não se estribe no seu fundamentalismo? Aliás, no seu comentário fez uma afirmação que não tem demonstração possível: «o inverso é que não existe». Não há pessoas que cuidam do seu semelhante e são suficientemente solidárias para cuidar dos animais? Não é o seu caso? Não será o meu? De qualquer modo, obrigado pela franqueza, mas não me reconheço na sua😻 apreciação.

Ela: - Ainda bem... O Sr. ainda é a pessoa que eu conheci em 1978.

Eu: - Melhorei, (…) melhorei... Embora mantenha muitas «desvirtudes»! Uma delas é investir em pessoas... ihihih  Não vou a touradas, não gosto de corridas de galgos, mato as moscas, os mosquitos (à palmada, se for preciso, senão vai veneno...) cozo caracóis (vivos, cozo-os vivos...), preservo os ninhos, dou cabo dos das formigas (quando fazem carreirinhos dentro de casa e vão directas ao açúcar...), passo por cima das víboras (quando então em condições de morder...), piso-as aos pés... enfim, digo à vizinha para calar o cão, que são horas de dormir, e «mando o pau ao gato» quando ele vem deixar os dejectos no meu jardim... Ainda tenho muito a melhorar! E gostaria muito que não houvesse animais fora do seu habitat natural, que aqueles que o homem domesticou não fossem abandonados, que não fossem mortos por simples prazer, diversão ou malvadez... Daria tudo para conseguir esse objectivo depois de não haver crianças abandonadas, que as pessoas não querem adoptar... por exemplo! Uma questão de humanidade e bom senso.

Ela: - Por isso é que falo sempre na obrigatoriedade se cuidar de todos os seres vivos…

Eu: - Primeiro as pessoas...

Ela: - Concordo! Mas, numa situação de risco entre um animal e um ser humano moralmente mal formado, sinceramente, não sei quem ajudaria primeiro

Eu: - Sempre o ser humano...

Fim da conversa de chat


23/8/2016

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