segunda-feira, 23 de maio de 2016

Cristão-evangélico ou só cristão?

Pode parecer estranho que coloque agora a questão de saber o que acrescenta o adjectivo evangélico ao substantivo cristão. Dizer cristão-evangélico serviu para «amenizar» o qualificativo protestante, que os cristãos católicos romanos usavam pejorativamente para designar «os irmãos separados»; serviu essencialmente para dizer aos católicos romanos que os «irmãos separados» viviam muito mais próximos da verdade evangélica; servia também para afirmar que os cristãos evangélicos, além disso, ainda se distinguiam dos protestantes mais próximos das doutrina de Roma...
O termo evangélico, agora, em muitas latitudes, já não tem essa função, já não é sinal de pureza, já não é memorial de vitória sobre o obscurantismo pagão nem em relação às práticas desviantes do Evangelho de Jesus Cristo...Parece que é um mero «rótulo», que se mostra com «orgulho» e de modo religioso se ostenta... No mais, em particular quando se tecem caminhos políticos ou se procura poder pessoal e riqueza fácil, já não corresponde a nenhuma «linha separadora» do pior que há no mundo..
Estou mesmo a pensar se não devo, também nisso, voltar às origens e dizer, tão-só, como se disse em Antioquia: Sou cristão!

Revista Visão nº 1027, 21/4 a 27/4 2016, pág. 65




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