José da Cunha de Oliveira Pessoa é referência inelutável como Ministro
do Evangelho, que deu ênfase ao trabalho pioneiro e missionário. Embrenhou-se,
ainda jovem, na inóspita Guiné Portuguesa e percorreu o mundo, sempre à procura
de apoios para a evangelização dos portugueses.
Na sua acção ministerial incentivava os jovens a escrever
sobre apologética cristã e moderava os seus ímpetos; aconselhava com
delicadeza, com recurso à persuasão, sem violentar consciências ou anular a
liberdade de pensamento, sempre disponível para ouvir e dialogar; com modo
ungido, sereno, simpático, inteligente, sensível, delicado e assimilável
pregava e ensinava; interpretava, com entusiasmo, como se fosse ele o pregador,
outros pregadores relevantes, com o retorno de muitos se confessarem pecadores
e aceitarem a remissão dos pecados pelos méritos de Jesus Cristo; lidava com
humildade e simpatia com todos quantos visitavam a igreja para ouvir a Palavra
de Deus; relacionava-se com os crentes das várias regiões do país, em cujas
casas era recebido com hospitalidade; praticava a caridade cristã em relação
aos mais desfavorecidos, nomeadamente crianças a quem proporcionava simples
brinquedos; agia, generosamente, com os companheiros do ministério que tinham
necessidades particulares e os abençoava, com apoio financeiro, em particular
pelo Natal; estimulava o esforço dos que queriam aprender para melhor servir a
Causa do Mestre ou valorizar-se, emprestando ou oferecendo livros apropriados,
regozijando-se com o êxito que alcançavam; conjugava os seus talentos com os de
Mari Bakken, a sua dileta esposa, para apoiar famílias numerosas, com filhos
jovens, dedicando-lhes tempo, interessando-se pelos respectivos assuntos e
aconselhando com doçura; comportava-se de modo civilizado, sem perder a postura
ou a calma, nas situações mais comuns do dia-a-dia; conjugava todas as suas
virtudes de carácter quando exortava, abrindo a Bíblia e assinalando, fosse
qual fosse o assunto, o texto que fundamentava o ensino que ministrava;
reparando no que não estava bem, procurava oportunidade para, em privado e
amorosamente, evidenciar o ensino bíblico atinente; sabia valorizar o
ministério pastoral entendendo-o como um múnus abrangente de modo a servir as
pessoas em vertentes múltiplas das suas necessidades, não o reduzindo à
capacidade discursiva; dava exemplo de trabalho dedicado, exaustivo,
permanente, sem baixar os braços; suportava, sem revolta, as muitas
incompreensões, e até atitudes de desprezo, a que esteve sujeito; tratava com
cavalheirismo os amigos e conhecidos; solidarizava-se com os companheiros de
ministério que se viram em apuros por causa da acção persecutória dos agentes
da igreja tradicional em vários locais recônditos do país; celebrava os êxitos
na evangelização protagonizados por obreiros cujos recursos financeiros, muitas
vezes, ajudou a granjear; sabia em todos os actos que praticava honrar o
sublime nome de Jesus Cristo, o seu Mestre, o que até os que não alcançaram o
dom da fé reconheceram.
Relembrar um tal percurso de vida é o primeiro e principal propósito de
José Pessoa, missionário por vocação.
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