quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A sabedoria odeia a arrogância...



Apetece-me dizer que a sabedoria odeia a arrogância ou, usando as palavras do Rei David, num dos seus Salmos, parafraseando-o, que os arrogantes não terão futuro (não terão o beneplácito do Céu).

E a que propósito?

Bem, não vamos entrar na badalada estória do «curso relâmpago» dum Ministro do Governo de Portugal (deixá-lo trabalhar será talvez mais avisado...), nem da capacidade da Lusófona para «inventar» cursos superiores «por medida», desde que haja dinheiro (ou seja, desde que se agreguem alunos suficientes para tornar a coisa rentável...), mas os exemplos respectivos estão subjacentes a muitas «análises», «dissertações», «notícias» e «comunicações», nem sempre desinteressadas, objectivas e imparciais...

Não parece correcto da parte tirar o todo (não é, aliás, possível...) como fez MST, na sua página no jornal Expresso do último fim-de-semana. Por duas vezes «ridicularizou» os licenciados por aquela Universidade quando afirmou que «nem o mais inepto estagiário de advocacia saído da Universidade Lusófona faria um contrato destes para um cliente seu» (que eu saiba, da universidade saem licenciados em Direito, não advogados, mesmo estagiários, mas o que ele queria mesmo dizer é que o curso de Direito da Lusófona é «uma treta» e não vale «uma cheta»...) e que «até um inepto estagiário de gestão saído da Lusófona percebe isto» (ele queria dizer que é básico que os interesses doutros operadores televisivos sairão prejudicados se o Governo resolver o problema da RTP de determinada maneira e isso até um «analfabeto» sabe...).

Parece óbvio (sei disso por via da minha experiência de vida) que muitos licenciados da Lusófona não obteriam a licenciatura noutras Faculdades (nomeadamente o de Direito na Faculdade que MST frequentou) com o grau de esforço académico que lhes foi exigido. Não obteriam! Também é certo que a Lusófona concebeu cursos de licenciatura para destinatários específicos e admitiu muitos alunos com base na avaliação de conhecimentos (em muitos casos exigindo muito pouco para quem se propunha fazer um curso de licenciatura em 2 anos...).

Mas isso, só por si, não justifica, a meu ver, tamanho aviltamento daqueles que, doutro modo, não teriam acesso ao ensino superior (muitos excelentes alunos no secundário ficaram de fora dos cursos que pretendiam frequentar e isso aconteceu durante décadas por uma décima...) e a carreiras profissionais com a Advocacia e a Gestão de Empresas.

Tomar a nuvem por Juno e meter tudo no mesmo saco é sempre injusto e fazê-lo, com ar superior, porque «a minha Universidade é melhor que a tua» torna a análise de coisas sérias deletéria...

O que importa é o que cada um é capaz, independentemente da Escola em que andou! É verdade que se a Escola dá «maus exemplos», quem lá andou carrega um «ónus» maior... Mas generalizar é mau, serve interesses esconsos e não facilita a integração dos jovens na actividade profissional atinente à sua formação académica.

E não se ajusta a arrogância de MST à sua alegada sabedoria sobre as coisas, quase sobre todas as coisas da vida…



JMM



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