quinta-feira, 30 de agosto de 2012

OS RETORNADOS - uma amor que nunca se esquece




(ou um filão por explorar?)





Li, aos bochechos, durante o mês de Agosto corrente, a obra de Júlio Magalhães, conhecido jornalista.

É um romance que «encadeia» factos reais com umas pitadas de «ficção».

Uma estória banal mas eficaz.

Lê-se com agrado e os que passaram pela tormenta da descolonização de Angola, em 1975, e sabem, por experiência própria, o que foi a «ponte aérea, emocionam-se não tanto pela força das personagens mas porque revivem o seu próprio caso pessoal.

Estará aí o segredo do sucesso da obra que já vendeu uns 60.000 exemplares em cerca de 4 anos.

Li a 16ª edição.

A obra tem gralhas várias e, em particular em relação ao personagem Carlos Jorge, algumas incongruências… mas só quem lê o livro sem esquecer a aritmética e conhece a cidade de Luanda dos anos da independência de Angola nota isso.

O que me espanta é que, à 16ª edição, o autor ou a sua editora não tenham parado para reler o livro e expurgá-lo das gralhas, das omissões de palavras, das vírgulas a despropósito e das ditas incongruências (duma que me lembro, em determinada altura, o autor fala do Edifício da Cuca – afinal conhecido assim por estar num lugar alto da cidade, ter uns dez andares ou mais e no topo estar uma grande estrutura com o reclamo da cerveja CUCA – e, geograficamente, coloca-o no Bairro da Cuca, que ficava nos subúrbios da cidade…).

Compreendo que, estando o livro a sair bem, não se quisesse fazer mais investimento. Mas é a qualidade da obra que perde e os leitores mais atentos ficam defraudados…

Um milhão de euros é o que representará, no mínimo, esta iniciativa editorial. A editora não se pode queixar e o autor tem utilizado muito bem o sucesso como «rampa de lançamento»… Parece que o tema «RETORNADOS» ainda tem muito para dar em termos económicos e pode ainda revelar muitos mais autores de sucesso garantido…

Quem tem vontade (e capacidade) para explorar o filão?



JMM



PS: O meu exemplar foi autografado pelo autor, cuja gentileza agradeço.

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