terça-feira, 5 de abril de 2011

Em busca dum sonho novo...

Múltiplos sonhos

de sentido único

concretizados em sorrisos

a dois...

Dois, sim, mas como um

cada um no sonho do outro

em amálgama rija de ânimos

sôfregos de vivências áureas, argênteas...

Correu, célere, o tempo

dos sonhos,

que se esvaíram em dores,

queixas vice-versa, de ti, de ti...

Aguçadas pedras erigiram-se

do caminho sempre em mais desleixo

abrindo veredas de separação

cantos para sonhar a só...

Cada um sonha por si

caminha sem saber do outro

ao lado, sem sonhos, em pranto

ser um, sendo dois, sem encanto...

Vai um já à frente

saltitando montículos de rancor

driblando ódios gemidos

que o outro não vê, mas sente...

Real sombra dos sonhos d'ontem

que não é abrigo, não protege

das intempéries antes amenas

acabou tudo hoje!...

Sim, tudo o que sonharam juntos

num ápice fez-se passado

diante dum togado apressado

capaz de pôr selo num sonho desfeito...

Lido o veredicto finou-se o sonho sonhado a dois

agora é caminhar, caminhar

com o outro de lado, em pranto

cada um em busca dum sonho novo...


(JMM, hoje, à saída tribunal, a ver Lisboa luminosa...)


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