É do senso comum que a Justiça, tida por cega, dita imparcial, vital todos os dias ao corpo (social) doente em conflito, está enfraquecida.
Não no ideal que a sustenta (Ah! Sem ela não há sociedade livre, não há gente feliz!), que permanece no âmago de cada um, na alma do povo.
Vai-se esvaindo todos os dias em actos de delonga, em decisões de emperra.
Hoje via-a desfalecida, fácies branqueada, cambaleante.
Pareceu-me cansada de tão lenta se movimentar…
Incrédula em si…
Não que lhe faltem virtudes, mas porque não existem bastantes nos que lhe ordenam o conteúdo e os procedimentos que o tornam sangue, vida, solução…
Está ela há oito anos a diligenciar para que se restitua o seu a seu dono; não foi ainda hoje que se pronunciou, antes adiou…
Por duas vezes chamou quem queria ouvir, mas não escutou, antes protelou… e para perder mais vida, para data que nem sequer prognosticou…
Outra e outra vez tirou dos afazeres os que a sustentam, debalde os trouxe aos seus átrios…
Não é ELA que vai morrer. Somos nós, os que a enfraquecem… Vão morrer os que gastam em vão o sangue (a vontade de cada um em ser feliz…) que a pode alimentar.
Está exangue a Justiça porque os seus agentes a ela se sobrepõem e enviesam os caminhos do bem.
Morrerá se, cada vez que um pobre lhe estende a mão, não tiver ânimo para agir em tempo útil…
Quatro processos trazia ela, togada, nas mãos dos que a servem. Neles as ordens para comparecer, largando tudo, dezenas de almas ao seu serviço, uns quantos à mercê dos seus réditos por troca de tempo inútil…
Por causa disto e daquilo (Não é humano exigir à Justiça que cumpra o que ela própria, ao seu alvedrio programou!?) foram-se de mãos vazias os que, ainda assim, voluntariamente se apresentaram…
Amanhã é provável que a encontre pior.
Um dia defrontar-me-ei com o seu cadáver: a justiça estará nas mãos de cada um!
JMM
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