sábado, 23 de outubro de 2010

Um momento singular ao… Chiado!

Percorri anos a fio o Chiado, em Lisboa!
Nos anos quentes da «revolução dos cravos», morava na Bica, na Rua dos Cordoeiros, e fazia sempre o mesmo trajecto: elevador da Bica, Largo do Calhariz, Largo do Camões, Largo do Chiado, Largo do Rossio… Era por ali que ia à procura de informação da «nossa terra», da Luanda onde tivera que deixar a «alma», o pensamento, parte da (minha) história… Depois trabalhei na Caixa Geral de Depósitos, no Calhariz, uns 15 anos. No tempo em que se interrompia o trabalho durante duas horas para o… almoço! Tempo para subir e descer a Rua Garret, tomar um café no Chiado, ir às compras ao Grandela, ao Chiado, visitar os alfarrabistas…
Foi quando atravessava o Rio Tejo, vindo da margem sul, que contemplei o incêndio que permitiu a nova «face» da zona…
Gosto particularmente dessa zona de Lisboa!
Não imaginei que, tantos anos mais tarde, o Chiado voltasse a ter tanto significado para mim. Por uma razão quase sem importância, no mundo em que vivemos, prenhe de notícias, de acontecimentos, de manifestações culturais (e das «outras» também…). A simples apresentação dum livro da Letras d’Ouro: O PINTINHAS AZUIS! Escrevi no facebook uma nota, num post do editor Pedro Martins, que aqui partilho convosco, sem outra razão que não seja dar-vos conta de como foi gratificante este momento singelo:
«Também estive lá! Vi e ouvi gente talentosa, envolvida num projecto magnífico: a narradora, Joana Cruz, super competente, segura, a deixar as falas para as crianças, que se comportavam como um relógio suíço; os pintainhos, a mãe... (personagens da história) todos excelentes, exuberantes; os participantes de sorrisos nos lábios, serenos, expectantes quanto à mensagem do livro, que é actual, forte, necessária à afirmação duma sociedade solidária; a autora, Ana Ferreira, clara, didáctica, feliz com o resultado que tinha nas mãos (trabalho exigente, de muitos meses, com base numa história que escrevera há três anos para «formar» os seus meninos de ATL...); a ilustradora, a simpatiquíssima Maria João Fradique, feliz pelo seu excelente e inspirado desempenho profissional (Ah! O Pintinhas em figura, na imagem da sua criatividade, está fabuloso...); e tantos outros amigos da Letras d'Ouro, editores, do seu editor, Pedro Martins, sempre empenhado em mostrar o melhor do seu talento, da sua criatividade, das suas mil e uma valências técnicas, das suas preocupações pela excelência; e o lanche, servido com qualidade e amabilidade...
«Fomos ao Chiado, ao fim da tarde, sentir o coração de Lisboa, e ver dar os primeiros passinhos a' O PINTINHAS AZUIS que vai correr o país a fazer pensar a criançada (mas também a envolvê-la nas canções, a entusiasmá-la em proactividade para, sendo diferentes, todos serem iguais...).
«O PINTINHAS AZUIS é o máximo... e por ora o azul está na moda, vai à frente ( o azul do FCP, carago…) ihihihihih
«Vai-te por aí, Pintinhas Azuis, por tudo quanto é escolinha, jardim-de-infância, local de recreio e brincadeira, família de muitas e poucas crianças, rua de jogar à bola de trapos, bairro... vai-te por qualquer sítio onde estejam crianças (Ah! Onde estejam adultos também, que é fundamental...) mostrar as pintas e, cantarolando, dizer: “As diferenças distinguem-nos e não devem separar-nos. Não importa a cor das penas, pois todos podemos ser amigos e úteis uns aos outros”.
«E não te esqueças: tens o apoio do DESAFIO MIQUEIAS, que está no terreno a lutar contra a fome, que afecta os meninos do mundo inteiro, e a discriminação! Foi excelente, didáctica, corajosa a mensagem que deixou Samuel Cerqueira, da Direcção da ONG Desafio Miqueias, que falou da dinâmica e entusiasmos de muitos homens e mulheres que querem também um mundo melhor (onde não haja discriminação, que gera a fome...).
«PS: E não olvides, PINTINHAS AZUIS, também que da tua história familiar concluímos que “tendo-nos criado seres únicos, todos diferentes, Deus quer fazer de nós uma família com meninos e meninas de todos os povos, de todas as raças, de todas as culturas...”»
Depois, alegria das alegrias, jantámos na Trindade, o bife à moda da casa, em alternativa à Tasca aonde no dirigimos, no Bairro Alto, que estava a abarrotar, com gente à espera, eu, a minha mulher e os meus três filhos (o mais velho estava em Lisboa em trabalho), o que já não acontecia há tanto, tanto tempo…
Quero voltar ao Chiado para viver assim momentos de felicidade, seja o pretexto a apresentação dum livro, seja tomar um café com um amigo, seja para revisitar a história, seja para voltar a jantar com quem amo tanto…

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