Dito no casamento da minha filha Juliana Martins com A. Marco Freitas, em 15 de Agosto
de 2015
À
boa maneira portuguesa, vou dizer «duas
palavras».
Vou
dirigi-las ao noivo, não me levem a mal. É o homem que a minha filha ama e quer
por marido. Só ele pode aproveitá-las para a fazer muito feliz, sempre.
E que palavras são essas?
A
minha filha disse, durante muito tempo, que o pai era o único homem da vida dela!
Há muito tempo que o não diz… se calhar tu és o responsável dessa mudança…
E
abraçava-me, dava-me beijos, sentava-se nas minhas pernas… Às vezes, muitas
vezes, eu estava cansado, arreliado, pouco disponível para dar-lhe toda a
atenção que ela reclamava.
Fiz
mal.
Agora
não posso reparar o erro. Sucede assim com muitos outros pais. Fica sempre um
peso na consciência por ter ficado aquém. Mas por isso é que eu me dirijo a ti
para te alertar.
A
minha filha gosta de colo.
Já
deves estar ciente disso.
Não
lho negues.
Esta
é a primeira palavra do meu discurso: COLO,
sinónimo de regaço, lugar onde se descansa, onde há segurança, protecção.
Digo-te
de seguida a outra palavra.
Depois
dirás: «Pois é, é isso mesmo!»
E
se não disseres é porque ainda não surgiu a ocasião. E como tens muito tempo
pela frente, vais prevenido.
A
minha filha foi sempre uma estudante aplicada, com bom desempenho. Qualquer pai
se sentiria orgulhoso com uma filha assim. Eu sentia-me. Só que, por defeito
meu ou por causa do que me custou a vida, quando ela me trazia os resultados
(desde a escola primária à Escola de ensino superior) e eram, do que me lembro,
sempre bons, eu olhava, avaliava e dizia:
«Não
fizeste mais do que a tua obrigação!»
Para
mim, a obrigação dela não era passar de ano, era fazê-lo com a melhor
classificação possível. Ela precisava do meu reconhecimento e eu, nem que a
nota fosse a máxima, não diria coisa diferente:
«Não
fizeste mais do que a tua obrigação!»
Não
fui lá muito sábio, mas eu com poucos recursos sempre procurei alcançar o
melhor resultado… a minha filha tinha mais do que eu tivera…
Defeito
meu!
Tens
que ir bastante mais além.
A
minha filha precisa de reconhecimento.
Todos
precisamos.
Tens
que dar atenção a isso.
Ela
tem muitos talentos e aplica-os bem.
Fica
atento.
Na
hora certa, toma a boa atitude.
Esta
é a outra palavra do meu discurso e que recomendo que não esqueças: RECONHECIMENTO, sinónimo de recompensa,
prémio, galardão.
E
com estas duas palavras me fico, pedindo licença só
para
mais duas:
«Cuida
dela!»
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