Estamos
a aproximar-nos do tempo das «grandes emoções», pelo que se lê e vê por aí...
Afinal
o êxito do Benfica vai transferir-se para o Sporting? Ao Porto para ter êxito
não basta que domine o castelhano? Será que o candidato Passos Coelho vai dizer
o que nunca fará isto ou aquilo para, se for eleito, fazer o que disse que não faria sem
mostrar pinta de remorso?
Vai
o ex-presidente da Câmara de Lisboa antecipar a devolução dos salários e
pensões assumindo que num Estado de Direito não se rasgam os contratos
celebrados com os mais fracos, mantendo os direitos dos poderosos sem
beliscadura?
Tantos
partidos candidatos...
Que
emoção!
Mas
temos alternativa? Não querem todos o mesmo, seguindo caminhos diferentes?
Que
emoção!
Agora
(novamente) até para cativar o voto dos reformados e pensionistas há uma nova
proposta partidária... um novo professor Sérgio a perorar no Parlamento...
Que
emoção!
Ah...
Vai ser emocionante seguir a «indicação» de voto dos que se assumem no discurso
«radicais de Cristo», sempre numa linguagem muito culta, sabida, de exorcismo
em relação à situação, à miséria, à pobreza, aos actuais detentores do poder
político... (sim, muitos deles fizeram o contrário do prometido, «lixaram»
a classe média, usaram com demagogia a alegada protecção aos menos favorecidos...)
Emocionante!
Dos
pedestais onde peroram vão saindo anátemas contra os que nos cortam nos
rendimentos.
Abaixo
com eles que são da direita!
Vão
declarar que a esquerda é que cuida dos pobres, incentiva a distribuição justa
da riqueza, aguenta os melhores padrões de saúde, salva o SNS, dá Escola a
todos e não despede professores...
A
todo o vapor, dirão: «Vamos a eles, esses liberais de direita, que nos roubam o
conforto que tínhamos quando vivíamos de empréstimos, que não eram para pagar,
como disse na Sorbonne o antigo primeiro-ministro, que não queria o resgate, mas
foi obrigado a pedi-lo por causa desses direitistas liberais...» Apeemo-los!
Que
emoção ouvi-los que são contra o aborto, são pela vida, são pelo casamento (não
pelos pares de homens ou mulheres, pelo casamento mesmo entre homem e mulher...),
são por tudo quanto os direitistas e liberais hastearam contra os da esquerda
que mais pão nos dá, mais dinheiro pedem emprestado, melhor distribuem a
riqueza, mais protegem os professores, os doentes, os presos...
Que
emoção!
Estou-me
a ver a votar – seguindo esses arautos convictos de que o Evangelho é de
esquerda… - num partido de esquerda para ter mais rápida devolução do que me
sonegaram imoralmente (o Direito tem dessas coisas: sustenta a injustiça e o
que é imoral...), dando-lhe ao mesmo tempo apoio para repor a política do
aborto à custa dos meus impostos, para pagar subsídios a quem vive de
expedientes mas leva os filhos à universidade de Mercedes (que estudam também à
custa dos meus impostos), para garantir mais empregos que não criam riqueza,
mas dão bom ar às políticas de inclusão social...
Enfim,
não seria melhor que quem tem ideias político-partidárias (de direita ou de
esquerda ou do centro…) as defendesse no seio do partido da sua preferência e
não confundisse o que se deve dizer dos púlpitos (E há muito para dizer e
especialmente muito exemplo de vida para dar - não presta dizer «abaixo o
crime, a corrupção, a malfeitoria» e depois, para atingir fins, mesmo alegadamente
«próprios» da construção do Reino de Deus, não olhar a meios, mesmo se são
censuráveis à luz do seu próprio discurso...)
E se separássemos as águas? Não fica bem ao sacerdote
queimar incenso em altar alheio! Nem lhe fica bem tirar as vestes e queimá-lo
como se o múnus não tivesse nada a ver com isso! E não lhe fica bem dizer do
púlpito o que está certo e fora dele o que lhe parece certo…Há por aí muito Ministro do
Culto que confunde o que é de César com o que é de Deus… e depois queixam-se
que lhes apareça (muita) gente para «levar o saco da esmola» e seja raro que
apareça gente para escutar o «Sermão do Monte»…
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