terça-feira, 30 de março de 2010

A HISTÓRIA escreve-se com distanciamento...

Tenho lido queixumes, vindos de várias personalidades e quadrantes cristãos-evangélicos, a propósito dos relatos, ditos históricos, sobre o trabalho missionário em África, designadamente nos territórios que foram, ao tempo, Colónias portuguesas, levado a efeito pelos pentecostais portugueses.
As razões são objectivas: omitem-se, quase sempre, referências a algumas personalidades que, então, desenvolveram meritório trabalho. Dizem que é intencional. Alegam que, independentemente do presente e dos eventuais acantonamentos denominacionais, a história é história e se se dá enfoque à acção de uns, não se deve excluir referência à acção de outros.
Estou de acordo.
Mas depende dos objectivos dos textos, das resenhas, das obras em que se refere a acção missionária. E, às vezes, não se está a escrever a História, que exige distanciamento, objectividade, conhecimento, tempo para descobrir e interpretar as fontes.
Do nosso lado, quando escrevemos RECANTOS DO MUNDO, logo dissemos que se tratava apenas de subsídios para a história das Assembleias de Deus e que «faço votos para que outros – uns com méritos reconhecidos pelo trabalho missionário realizado, outros detentores de saberes académicos específicos (…) ou, ainda, por terem simplesmente vontade de partilhar connosco o passado laborioso dos missionários portugueses- me sigam…»
A quantos deram contributo para a obra missionária em Angola, demos o devido relevo; omitimos, sim, mas por ignorância, por não termos ao alcance as fontes, que bem procurámos. Algumas sabíamos – e sabemos – onde estão, mas não estavam – nem estão – acessíveis.
Parece-nos que, lamentando os lapsos, as omissões, a falta de reconhecimento, a falta de rigor, a deficiente relacionação que fazemos dos factos… afinal, a ausência da HISTÓRIA, vamos escrever o que vivemos, e publicar, investigar o que outros viveram, e publicar… Cada um por seu lado a trabalhar para que, amanhã, os vindouros se interessem pelo que fizemos e, então, escrevam a HISTÓRIA…

José Manuel Martins

PS: Sei que existem estudiosos, académicos, a trabalhar na investigação do tema: O Pentecostalismo em Angola. Alguns deram-nos a honra de ler o nosso trabalho RECANTOS DO MUNDO. Estão à procura doutros testemunhos, monografias, ensaios. Podemos e devemos dar-lhes o que sabemos em prol do progresso, também, da cultura cristã-evangélica nesta vertente histórica.
Divulguei, para conhecimento, o texto infra. Fi-lo entre amigos que partilham a fé connosco. Se os meus leitores quiserem colaborar, divulguem RECANTOS DO MUNDO, como contributo ou subsídio para o muito que há-de ser escrito sobre a grandeza do trabalho missionário no século passado, em Angola e noutras partes onde se missionou em português.



RECANTOS DO MUNDO (O pentecostalismo em Angola – subsídios para a história das Assembleias de Deus)

Amigos,

Em Dezembro de 2004 publiquei o meu livro Recantos do Mundo, de cuja distribuição em exclusivo se encarregou a CAPU/CPAD.
Nessa parceria ficou logo acordado que o valor dos direitos de autor relativos à primeira edição seria entregue para ajuda duma causa social em Angola, o que efectivamente aconteceu quando apoiamos um projecto sanitário, envolvendo crianças, em Benguela (tal projecto é gerido pelos irmãos de Benguela sob a liderança do Pr. Francisco Pratas).
Existem ainda algumas dezenas de exemplares da obra que podem ser adquiridas em Lisboa, na CAPU/CPAD (www.capu.pt), em Luanda, na MEGA (neste caso, sob pedido de reserva directamente endereçado a essa entidade), ou pedidos directamente à editora cristã Letras d’Ouro (www.letrasdouro.com) ou ao autor.
Assim, os interessados em conhecer e aprofundar os primórdios da evangelização pentecostal em Angola associam-se, também, adquirindo a obra, ao apoio dado à obra social evangélica angolana, com especial relevo na ajuda às crianças beneficiárias daquele projecto dos irmãos de Benguela.

José Manuel Martins

Sem comentários:

Enviar um comentário