quinta-feira, 21 de maio de 2015

E o Senhor tirou-lhe a vida…


Sob chuva de pontas de aço
Das mãos lestas dum ror d’arqueiros
Inimigos sempre à espreita
Só viu a espada da guerra
Como meio de libertação
Da morte fria à mão pagã
E do escárnio do povo.

Medo mas mãos do escudeiro
Realeza moribunda
Esvaída no sangue quente
Do corpo furado, pálido
Coração e rins em falência
Nega a súplica do vencido
De vítreo olhar na prole morta.

Outra espada era sua,
Presa pelo punho, erecta
Sob o peito sem esperança,
Perdida nas adivinhações
Do ora desfecho emergente
O corpo à frente p'ra morrer
À vista do medo servil.

Morreu Saul, escudeiro, filhos
Os súbditos deixaram o vale
As cidades abandonadas
Os filisteus hordas de morte
Prenhes de ódio e vingança
Aos seus deuses, favor ao povo
Troféu degolado da realeza.

A morte de Saul é a do infiel a quem o Senhor tirou a Vida!




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