sábado, 1 de dezembro de 2012

Prendas de Natal: doçuras de...LER!

É Natal (quase, quase...) e, por esta altura, recebemos e damos prendas.


Recebi, ontem,uma a que me agarrei e já quase a «devorei»... Não, não são doçuras de comer, são de ler!

Trata-se do último livro da «trilogia» de Joseph Ratzinger (Bento XVI), Jesus de Nazaré, que trata da infância de Jesus.

Pelo menos metade já li e admirei...

Não queria acabar a leitura dessa obra sem primeiro voltar a dar uma vista de olhos pelos outros dois tomos: Jesus de Nazaré e Jesus de Nazaré – Da entrada em Jerusalém até à Ressurreição... e dei!

Vieram-me à memória vivências passadas...

As nossas memórias sustentam-nos. Sem elas o presente teria muito pouco valor e não resistiríamos às exigências do amanhã – faltar-nos-iam as defesas!

(Vivenciei-as em diálogo: «Recordar o que fizeste por nós, Senhor, anima a nossa confiança em Ti. Recordo-me da minha única Páscoa passada no Norte de Angola, quando era militar, jovem ainda, e estava isolado do mundo. Mas tinha-te no coração, recordava a tua Palavra, o que significava essa festa. Doutras não me lembro nitidamente, nem antes nem depois. No essencial, continua a ter para mim o mesmo significado.»
Recordei o que escrevi sobre esse tempo: «”O Cristo que vive em nós... A estadia em S. Salvador despertara em mim, no entanto, o sentido da Páscoa mais autêntico que eu conhecia. Relembrei, no canto escolhido para fruir a minha privacidade, a história da libertação do povo hebreu da escravatura do Egipto. O heróico Moisés, líder do povo divinamente investido, ordenara que se preparassem para a grande jornada. O êxito do povo dependia de cada família, que deveria dispor de um cabrito ou de um cordeiro, macho, sem doença ou defeito para imolar no fim do dia aprazado. Do sangue do animal fariam uma espécie de sinal para colocar nas ombreiras e nas vergas das portas das casas em que o animal tivesse sido preparado para a refeição. Esse sinal dava garantia de que a mortandade prevista para assolar a terra dos egípcios não abrangeria os hebreus preparados para tomar o caminho árduo que os levaria à terra prometida a Abraão, que deixara a sua parentela, em Ur dos Caldeus, onde nascera. A Páscoa não mantinha quaisquer sinais desse ritual hebreu, mas, na sua simbologia, ainda falava de libertação. No dia em que as mulheres galileias foram ao sepulcro novo, de José de Arimateia, em Jerusalém, onde Cristo fora sepultado, e não encontraram ali o corpo, consumara-se o processo de libertação de todo o homem.

Os sinais de religiosidade, que se mostravam presentes naquela cidade do Norte de Angola, não se articulavam com a vivência da Páscoa cristã me suscitava. Justificava-se exibir representações de Cristo morto por altura da Páscoa? De Cristo afirmava-se que estava vivo! Foram as mulheres, que o acompanharam desde a Galileia, que estavam presentes em Jerusalém no momento da crucificação, e os discípulos, que comprovaram, na própria manhã do domingo imediato ao dia da sua morte, que Jesus Cristo, o Messias, ressuscitara."»-in Zau-Évua, terra de ninguém, sítio de vivências pág. 82/83).

«Ainda hoje, Senhor, esse sacrifício salvador está vivo em mim e ele tem valor porque ressuscitaste! Preserva-me, Senhor, da religiosidade destes tempos que valoriza a exibição do "espectáculo" da morte, minimizando ou esquecendo que Jesus vive e está junto do Pai intercedendo por mim."

Queria que o Natal fosse mesmo vida e que pudéssemos distribuir muitas prendas de...LER!»

Sem comentários:

Enviar um comentário