sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

EM DEFESA DO LAR DE BETÂNIA

I
Não se defende uma Instituição apenas com exemplos do passado.
A história é fundamental para compreender a «linha de rumo», para conhecer os sucessos e insucessos, para fazer o «balanço» e tirar o «saldo».
Defende-se uma Instituição pelo que é no presente, essencialmente, pelos planos que tem para o futuro.
O Lar de Betânia tem estado na mira duns quantos «franco-atiradores», por simples conveniência pessoal, profissional ou ideológica.
Mesmo quando se apegam ao «guião» duma família «desmoronada» e introduzem o «ideal» da defesa dum criança prisioneira duma ordem judicial, ou se apegam às manifestações «invejosas» quanto ao que os outros têm… e não era suposto poderem ter, porque são evangélicos, minoritários, a «soldo» de interesses mais ou menos esconsos…
A esses tem-se dado a resposta do passado, da obra passada, do êxito dum projecto subsidiado por vocações, boas vontades, sentido de serviço, dedicação familiar, eclesial, amor ao próximo, a Deus…
A resposta que assenta nos exemplos do passado, globalmente, não envergonha quem serviu a Instituição, antes eleva a auto-estima de quem se revê neles, que têm interpretes, muitos deles nossos conhecidos, figuras de mérito, outros nem tanto, mas mesmo assim dignos de reconhecimento.
Mas a resposta que pode e deve ser dada em defesa do Lar de Betânia exige «argumentos» de hoje, da prática de hoje, do empenhamento de hoje, dos projectos que estão a ser gizados com gente disponível agora, que diz presente e acredita que amanhã há futuro para centenas de crianças e jovens que, por uma ou outra razão, se abrigam sob o tecto de sempre, o tecto onde se abrigam também os valores cristãos-evangélicos, que lhe estiveram na génese e sem a presença dos quais o passado morre à porta do futuro, que é hoje.
Lembramo-nos do Lar de Betânia como «coisa nossa», muito próxima do nosso quotidiano de adolescentes e jovens.
Dizia-nos muito o gesto de doar pequenas importâncias para as crianças que tinham menos do que nós.
A ideia que temos é que o projecto se sustentava exclusivamente, ou quase exclusivamente, do que dávamos.
Vivíamos o Lar de Betânia.
Queríamos que as crianças, que às vezes alguns de nós contactavam, fossem tal qual nós éramos: crianças, adolescentes e jovens felizes!
Nessa altura, a obra era local, de iniciativa dos membros da Igreja Evangélica «Assembleia de Deus» de Estremoz, que, em conformidade com os fins da então associação denominada «Lar de Betânia», criou o «internato de menores».
A sua vocação era, no entanto, «universal», de acolher a todos, sem dependência de proveniência. Era instrumental em relação à vocação principal dos assembleianos desses tempos: difundir o Evangelho de Jesus Cristo.
Uma marca essencial que aglutinava vontades e recolhia recursos humanos, económicos e financeiros.
Nesse tempo os associados podiam ser pessoas singulares ou colectivas, mas só as pessoas singulares podiam ser eleitores e elegíveis para os corpos gerentes. Compreende-se, também por esta limitação, que a iniciativa de criar a Instituição estava marcada pela acção concreta de pessoas votadas à causa dos outros, que não escondiam a sua vinculação ideológica, antes a evidenciavam como matriz do serviço à comunidade.
No longínquo ano de 1970, já lá vão 40 anos, a comissão instaladora, de que era presidente Mário Cóias Fonseca da Silva, secretário Manuel Cartaxo Martins e tesoureiro Victor Leal, viu reconhecido ou aprovado por despacho ministerial de 8 de Setembro o projecto Lar de Betânia – Estremoz.
Iniciativa deles que nos envolveu.
Iniciativa que criou raízes e se desenvolveu.
Uma iniciativa com rosto, com objectivos, com dinâmica, que conquistou adesões, que encheu de alegria o coração dos mais pobres, quando davam do pouco que tinham, e o do mais abastados, que nela depositaram parte do seu investimento a favor dum mundo melhor…

1 comentário:

  1. "Em defesa do Lar de Betânia"...
    Já somos dois!
    A fazer o que o Pastor Martin L. King 'pediu': que os "Homens de Bem" não se calem!

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