segunda-feira, 18 de junho de 2018

Francisco Julião dos Reis



Uma vida longa e inspiradora.


Partiu para estar com o seu Senhor o meu distinto amigo Francisco Julião dos Reis, uma referência moral incontornável desde há quase 50 anos, quando o conheci, em Luanda.

Nasceu em Alvor, Portimão, no dia 9 de Janeiro de 1928. Faleceu em Lisboa no dia 9 de Maio de 2018.

Na década de 1940 enfrentou situações difíceis, uma das quais relacionadas com a morte do seu irmão mais velho dois anos. No início da década de 1950 foi para Angola, onde teve contacto com o Missionário Joaquim Cartaxo Martins, que estivera em Portimão, onde o conhecera. Casou com uma jovem de Porto Aboim, umas das primícias da evangelização no Cuanza Sul.

Trabalhou para o Estado na Junta Autónoma de Estradas de Angola.

Conheci-o em meados de 1969, em Luanda. Ainda não tinham filhos ainda, os quais nasceram nasceram nos anos próximos, quando ele já tinha mais de 40 anos. A propósito deles e da maternidade tardia da mulher, Lucília, escreveu Alfredo Rosendo Machado no seu livro de memórias, Não Desistas (http://letrasdouro.com/site/produto/nao-desistas/ (Cf. fls. 114, 115 e nota do Editor nº 63)

Nos últimos anos, cerca de 20, Francisco Julião dos Reis viveu na Aroeira, Almada, congregando-se com os evangélicos assembleianos em Almada e Seixal (Cruz de Pau). Sempre dinâmico, empolgado, lúcido, convicto.

Um homem reservado, muito ciente da sua privacidade. Um leitor fiel do que fui escrevendo! Levou consigo nacos da história que poderia ter contado. As histórias que lhe ouvimos (poucas, em particular reservadas às experiências em Serpa Pinto, no Sul de Angola, como funcionário público...) deviam ter sido documentadas, aprofundadas, registadas...

Fica-me a memória dum homem discreto com lições de vida marcantes. Um cristão a imitar.


José Manuel Martins




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