Tópicos sobre a
Reforma Protestante em Portugal
(Celebração dos 500
anos da Reforma: 1517-2017)
Parte III
Por isso tudo e muito mais, não há notícia,
de modo evidente e com «expressão popular», antes de meados do século 19, da
presença do protestantismo em Portugal.
O que se sabe, até então, respeita à
experiência de veneráveis cidadãos portugueses que, pessoalmente, aderiram à fé
reformada no estrangeiro ou em contacto com estrangeiros em Portugal.
*
Foi a experiência do Dr. Kalley, na Madeira,
por volta de 1838, 320 anos após a fixação das teses de Lutero, que a Reforma
Protestante, na sua expressão organizada e evangelizadora, se mostrou em
Portugal.
Foi um experiência marcante, que mobilização
milhares de portugueses pobres, iletrados. Ele era médico, com competências
reconhecidas em Lisboa, capital do Reino, e divulgou a Escritura Sagrada,
ensinou a ler, tratou dos corpos e das almas de milhares de madeirenses pobres
e analfabetos…
Porém, não durou muito, por causa da
perseguição que lhe foi movida. Acabou nas mãos da justiça, preso, depois
libertado para continuar o seu ministério até ao impedimento absoluto pela
conjugação da forças das autoridades religiosa católico romanas e o poder
político, realidades sempre «casadas» para se opor à divulgação da Escritura no
seio do povo.
Centenas de portugueses foram para a Ilha
Trindade, Brasil e Estados Unidos, onde deram expressão à sua nova fé, formando
igrejas, evangelizando…
*
Depois dessa experiência, já próximo do fim
do século 19, se constata a presença dos protestantes no norte de Angola.
A
expulsão dos jesuítas deixara aberta a oportunidade no campo do ensino. Depois,
a imposição das potências protestantes do Norte da Europa, do Reino Unido e dos
novos países da América do Norte, na questão da divisão do Continente Africano
e da manutenção da posição portuguesa em Angola, abriu caminho para as grandes
Sociedade Missionárias protestantes iniciarem trabalhos na área do ensino e da
saúde nessa parte do território ultramarino.
Evidentemente, como está referido antes, na
segunda metade do século 19, também os estrangeiros, residentes em Portugal e
suas famílias, celebravam o Culto Protestante.
Parece que é consensual: estas manifestações
da Reforma, digamos assim, são já iniciativas do protestantismo filtrado pelo
tempo e revivalista. São iniciativas que começam do zero, não há crentes a quem
pregar, há gente para evangelizar.
Os protestantes e, mais tarde, os evangélicos
trazem o Evangelho e os destinatários são também os católicos romanos que
precisam de salvação.
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