domingo, 3 de junho de 2012

As crises estão cheias de oportunidades.


Já pensou em contornar as dificuldades ou aguarda que a «borrasca» passe?

Há, hoje, situações dramáticas, que nos afectam, bem como a milhares e milhares de famílias dos nossos conhecidos, amigos e familiares. 

A propósito dessas situações, lemos, vimos e ouvimos de tudo.

O mais comum é ficar a aguardar que «eles» façam algo para mudar a situação aflitiva…

Mandaram-me esta história (como sendo verdadeira, mas para o caso pouco importa que o seja ou não…), que apenas revi, mantendo, apesar de tudo, um ou outro termo que se usa no Brasil, donde veio. Partilho-a porque, por experiência própria, sei que muito do que há a fazer depende de nós. E, se cremos, para Deus não há impossíveis. Enfrente a situação, conte com as ajudas todas e… não fique a pensar no que sucedeu, antes imagine o que pode suceder se agir. 

Eis a história:

Não havia no povoado pior emprego do que o de «porteiro da zona». 

Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem? 

O facto é que nunca tinha aprendido a ler nem a escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício. 

Um dia, entrou como gerente do «puteiro» um jovem cheio de ideias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento. 

Fez mudanças e chamou os funcionários para receberem novas instruções. 

Ao porteiro disse: 
- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registará o número de pessoas que entram e os seus comentários e reclamações sobre os serviços que prestamos. 
- Eu adoraria fazer isso, senhor - balbuciou - mas eu não sei ler nem escrever. 
- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá trabalhar mais aqui. 
- Mas, senhor, não pode me despedir… eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa. 
- Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indemnização e espero que encontre algo para fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte. 
Dito isso, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu-se como se o mundo desmoronasse. Que fazer? 
Lembrou-se que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, arrumava-a com cuidado e carinho. 
Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação, até conseguir um emprego. 
Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado. 
Usaria o dinheiro da indemnização para comprar uma caixa de ferramentas completa. 
Como o povoado não tinha casa de ferragens, teria que viajar dois dias, numa mula, para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra. E assim fez. 
No seu regresso, um vizinho bateu-lhe à porta: 
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar. 
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar, já que... 
- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo… 
- Se é assim, está bem. 
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse: 
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque não mo vende? 
- Não, eu preciso dele para trabalhar e, além do mais, a casa de ferragens mais próxima está a dois dias de viagem, de mula. 
- Façamos um trato - disse o vizinho. - Eu pagarei os dias de ida e volta, mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho, no momento. Que lhe parece? 
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias. Aceitou. 
Voltou a montar na sua mula e viajou. 
No seu regresso, outro vizinho o esperava à porta de sua casa. 
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo ao nosso amigo. Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras. Que lhe parece? 
O ex-porteiro abriu a sua caixa de ferramentas e o seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fendas, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi-se embora. E o nosso amigo guardou as palavras que escutara: «não disponho de tempo para viajar para fazer compras». 
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas. 
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro, trazendo mais ferramentas do que as que já havia vendido. De facto, poderia economizar algum tempo em viagens. 
A notícia começou a espalhar-se pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam encomendas. Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam os seus clientes. 
Com o tempo, alugou um galpão (telheiro) para estocar (guardar) as ferramentas e, alguns meses depois, comprou uma vitrina e um balcão e transformou o galpão na primeira loja de ferragens do povoado. Todos estavam contentes e compravam-lhe o que precisavam. 
Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam os pedidos. Ele era um bom cliente. Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, a ter de gastar dias em viagens. Um dia, ele lembrou-se de um amigo seu, que era torneiro e ferreiro, e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos. 
E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc ... 
E após foram os pregos e os parafusos... 
Em poucos anos, ele se transformou, com seu trabalho, num rico e próspero fabricante de ferramentas. 
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado. 
Nela, além de a ler e escrever as crianças aprenderiam algum ofício. 
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e disse: 
- É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de actas desta nova escola. 
- A honra seria minha, disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto. 
- O Senhor? - disse incrédulo o prefeito. -O senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado. Eu pergunto: O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever? 
- Isso eu posso responder, disse o homem com toda a calma. - Se eu soubesse ler e escrever... ainda seria o PORTEIRO DO PUTEIRO!

**** 

Geralmente as mudanças são vistas como adversidades. As adversidades podem ser bênçãos. As crises estão cheias de oportunidades. Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas. Lembre-se da sabedoria da água: «A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna».

Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas, o importante é comemorar cada uma delas.

Quando você quiser saber o seu valor, procure pessoas capazes de entender seus medos e fracassos e, acima de tudo, reconhecer as suas virtudes.

Essa história é verídica e refere-se a um grande industrial chamado Valentin Tramontina, 

fundador das Indústrias Tramontina, que hoje tem 10 fábricas, 5.500 empregados, produz 24 milhões de unidades variadas por mês e exporta com marca própria para mais de 120 países – é a única empresa genuinamente brasileira nessa condição. A cidadezinha citada é Carlos Barbosa, e fica no interior do Rio Grande do Sul.

1 comentário:

  1. Muito bem!
    Gostei muito dessa linda estória de vida aqui publicada.
    Beijinho,
    Mayra

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